sexta-feira, 28 de maio de 2010

Peruca

Eu sempre digo que não tive nenhum trauma de infância, que a opnião alheia não me incomoda e barará. Mas estava passando creme nas madeixas quando um pensamento veio à tona: as pessoas sempre acharam que eu era careca. Desde pequena isso me assombra. Por que o cabelo que habita minha cabeça não poderia ser meu? Eu não posso ter um cabelo bonito? Somente na época que ele era feio que tais afirmações não foram dirigidas à minha pessoa. Não vou mentir...incomoda.

Quando eu era pequena minha mãe sempre fazia daqueles montes de trancinhas. Ficava realmente uma graça, mas o elogio era sempre: "Que lindo! É dela?". Como assim se é meu? Então pra ficar bonito tem que ser canecalon? Eu, cuja paciência e simpatia para com estranhos ainda não tinha sido desenvolvida, sempre dava um jeito de a pessoa ficar sem graça, fosse puxando a minha cabeça pra longe, olhando feio ou medindo a pessoa de cima a baixo com aquele olhar de 'quem é você pra falar comigo?'. Lógico, a cara da minha mãe rolava juntamente com a do estranho, mas é o preço a se pagar por ter filhos; eles te fazem passar vergonha. {Vai ver é por isso que os pais se vingam na pré-adolescência, agora tudo faz sentido!}

Depois eu cresci [9anos] e comecei a saga do relaxamento. Química, química e mais química. Só que antes da tempestade veio a bonança. Os cachos eram bonitos, o cabelo comprido...e mais uma vez os elogios: "Que lindo! É dela?". Do canecalon passei ao aplique, megahair, chame como queira. Como já estava começando a exercitar a difícil arte da simpatia, dava aquele sorriso amarelo fielmente traduzido por: "Vai se fuder,
Eu, o padre e os cachos na
minha primeira comunhão.
por favor." A pessoa saia menos sem graça e eu tentava guardar somente o "Que lindo!" e abstrair o "É dela?". Logicamente o esforço foi em vão e os dois permaneceram em minha mente, caso contrário este texto nem existiria.
Nos dias de hoje, sem química nem trancinhas, aquele elogio ainda me assombra de vez enquando, só que agora alternam entre "É seu?", "É você quem faz todos os cachinhos?:o" ou "Você faz permanente né?". Sim, é meu, eu não sou careca e eles nasceram de mim. Não, eu não os faço, eles são assim. E não, ele enrola sozinho, a minha parte está só na hidratação, o resto foi Deus, o DNA, o acaso..como queiram, MENOS O CABELEREIRO. Olha só:

Desabafei.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

''A criminalidade toma conta da cidade"

Sabe quando você é criança e seus pais parecem perfeitos, e por mais injustos que eles sejam {ou você pense que estão sendo}, há um amor tão imenso que apenas as coisas boas são exaltadas? Com ele ainda era assim. Achava. Ainda queria ser pros seus filhos a mãe que teve, chegava a entitulá-la perfeita mas..ele tinha descoberto nela um certo "Quê" marginal nos últimos tempos. A mulher era uma Lady, há quem dizia uma Lady evangélica {com os quesitos positivos carregados por este adjetivo}, sendo que ela dava o dedo e falava palavrão! Sério. Seus amigos ainda não acreditavam, afinal, a Dona era uma Lady. Mas não, Txxia Aparecida não espelhava bem sua real imagem.
Acreditava ele no dever dos pais em ensinar boas maneiras e a não falar coisas feias, entretanto o lado obscuro da sua progenitora começou a assustar, mesmo, quando ela o ensinou a abrir uma janela por fora. Algo no mínimo intrigante, para não dizer estranho de uma mãe ensinar. Tudo bem que a janela era deles e estavam trancados para fora de casa, só que..Onde foi que ela aprendeu aquilo? Não era para ela saber! Outras mães chamariam o chaveiro! E quando ela passou-lhe a técnica de abrir um carro com um barbante? Como assim?! Pensava.. A mãe do meu amigo o ensinou como fazer um bolo, como tratar as mulheres que encontrasse...a minha a abrir uma carro com um barbante! Tudo bem que o carro era deles e mais uma vez estavam trancados para fora e, a essa altura, você deve estar pensando:sua mãe não é marginal, vocês são é retardados e não conseguem sair sem se trancar pra fora de nada {compreensivo}, mas o que a sua mãe faria? Chamaria o chaveiro, um táxi pra ir buscar a chave reserva, ligaria pro Papa(!), menos procurar nas redondezas um barbante e abrir o carro.
A última da Txxia Lady foi ensinar-lhe a roubar um carro com três latinhas e uma corda. TRÊS LATINHAS E UMA CORDA!!! E ele se perguntava: por onde ela andava? Quais eram suas companhias? Na época dela essas eram preocupações maternais e não dos filhos. E se ao invés de medicina escolhesse o lado negro da força? Estaria devidamente encaminhado com técnico em práticas ilícitas. Aonde esse mundo iria parar? Era pai jogando filha da janela, filho enterrando mãe atrás do armário, mãe ensinando filho a roubar. Se continuasse assim poderíamos inverter os julgamentos:
- Acusação: honestidade, devolução do troco.
- Sentença: 3 anos de medidas socioeducativas atuando como furtador em paradas de ônibus.

São os Tempos de Caliuga, os Maias tinham razão!





Desculpa Luciana por te fazer esperar 3 dias, foi resultado de forças externas. ;}
Ahh! Se não entender bota no google... \o ela não entendeu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Escolha

Sabe sobre esse negócio de passar o ano novo de vermelho pra trazer amor, de amarelo pra trazer dinheiro e tudo mais? Um dia estava conversando com um amigo meu. Ele acha babaquice essa palhaçada toda das cores, afinal, quem foi que determinou o significado delas? Quem disse que isso tudo dá certo? Isso pode bem ser uma ditadura daquelas que se espalha pelo mundo inteiro e vira cultura; que nem rosa ser de menina e azul de menino {discordo}. Odiava o rosa lá da mais tenra infância até uns tempos(anos) atrás. Quando eu pegava o lapis rosa sentia um cheiro que trazia um gosto ruim na boca; uma espécie de sinestesia nada agradável que me fez ter horror a essa cor! Tudo bem que eu já superei (tenho até uma blusa rosa chiclete e um short rosa pink), apesar de continuar não a achando das cores a mais bonita. Minha cor favorita? Azul. Desde pequenininha.
Chega a ser engraçado como uns instituem certos padrões e verdades e a massa segue (não me excluo u.u’ o/). É como aquela estória de mulher bonita ser alta e magra. Discordo também. Não que sejam feias {eu sou alta e magra e, sinceramente, não me considero a mais feia das criaturas), mas é que beleza não se padroniza. Pra mim, uma mulher inteiramente bonita tem curvas proporcionais, além de rosto e cabelos bonitos. Ahh...e os cabelos? Até um dia desses diziam ser o liso o cabelo lindo, depois da nova Helena da novela das 8 VOLTOU o cacheado. Pasmem. Há quem corra aos salões para fazer um permanente e ficar na moda. Eu mesma nunca quis ter o cabelo liso; fiz escova? Várias vezes...e daí? Se fazem baby-liss... Depois é só lavar e fazer aquela velha hidratação. Pronto! Cachinhos renovados.
O problema destas ditaduras é a falta de poder de escolha à qual algumas pessoas se submetem. Pra que? Meu irmão mesmo sempre preferiu as cheinhas (e uma das namoradas dele era realmente gorda). Aonde foi a ditadura da magreza pra ele? Ralo a baixo! E diga-se de passagem...meu irmão é Lindo {com “L” maiúsculo}. As pessoas deveriam refletir um pouquinho mais sobre quais padrões seguir, e se não tiver nenhum de agrado, por que não inventar?

Sim...voltando à história da roupa de ano novo. Eu falei pro meu amigo: A não ser que você passe nu, de alguma cor vai ter que passar...por que não escolher??